quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Jihadistas não vencerão em cidade curda de Kobane, dizem EUA

Coordenador de coalizão internacional disse que EI está 'afundando'.
Ofensiva na cidade síria já deixou cerca de 1,2 mil mortos.

Explosão é vista na cidade síria de Kobane nesta segunda-feira (17) (Foto: Osman Orsal/Reuters)

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) está "afundando" na cidade síria curda de Kobane e não conseguirá assumir seu controle, considerou nesta quinta-feira (20) o coordenador americano da coalizão internacional que combate o EI.
"A partir de muitos pontos de vista, o EI tem afundado em Kobane", declarou o general John Allen, em entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal turco Milliyet, por ocasião de sua visita à Ancara.
"Assim como eles continuam a enviar combatentes, nós iremos continuar a bombardeá-los, cortar suas linhas de suprimento e interromper sua cadeia de comando e controle e, ao mesmo tempo, fazer tudo o que pudermos para apoiar os defensores" curdos da cidade, acrescentou.
"O EI acabará por perceber que não vencerá essa batalha", continuou Allen em Milliyet.
Desde o início, em meados de setembro, da ofensiva lançada pelos jihadistas em Kobane (Ain al-Arab, em árabe), cerca de 1.200 pessoas foram mortas, em sua maioria combatentes do EI de milícias curdas que defendem a cidade.
A coalizão intensificou recentemente seus ataques contra alvos do EI em Kobane e conseguiu parar seu progresso.
"Estamos confiantes de que nossos ataques aéreos mataram mais de 600 homens do EI", acrescentou o oficial americano. "Acho que se eles não se retirarem este será o sinal de que a sua 'marcha para a vitória' atingiu seu ponto culminante".
"Em verdade, temos constatado que eles não são absolutamente invencíveis", concluiu Allen.
Questionado sobre as atuais divergências entre os Estados Unidos e a Turquia sobre sua política na Síria, o general considerou ser necessário "levar em conta os interesses nacionais da Turquia e suas demandas".
Ao contrário de Washington, o governo islâmico-conservador turco recusa-se a intervir militarmente para apoiar os defensores curdos de Kobane, por medo de que esse apoio beneficie o regime em Damasco, seu inimigo, e os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que conduzem em uma rebelião na Turquia desde 1984.
Ancara exige a criação de uma zona-tampão e de uma zona de exclusão aérea em sua fronteira com a Síria, bem como um ajuda à oposição síria moderada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário